Do lado de fora

Sem saber o porque vejo a vida do lado de fora, passa-me á margem como se não fosse minha.
Em conversas distintas quetiono as minhas opções, vejo vidas, que iguais as minhas, encaminharam-se de forma tão distinta que em nada se podem comparar á minha.
Não alteria as minhas opções, mas denoto uma falta de preparação, de aceitação de certos acontecimentos que teram mesmo que se suceder, sem qualquer sofrimento adjacente, mas no entanto a latencia da sua espera os torna dolorosos.
Aguardo o retornar a minha vida, venho devagar, sinto-me apatica, sem conseguir ler o mundo e os seus sinais.

Apatica

Hoje o mundo passou por mim ..... e eu fiquei igual a mim mesma.
Hoje nada me transforma nem transformei coisa alguma, hoje o tempo aborrece-me.
Hoje estou apatica!

Brisa

Saudades daquilo que não tenho, gosto que ficou e fugiu para nunca mais regressar.
Numa noite sem ter fim, onde o mar espalhado mostrou a sua doçura, tive um vislumbre de mim, escondi-me atras do Vento pois ainda não estou preparada para me deixar levar.
O Vento que anda a sua disposição, sem comando nem comandante, sopra como uma brisa constante e por vezes revolta-se e transforma o tempo numa tempestade, onde oiço o meu choro la longe.
Numa melodia que vou ouvindo, oiço o Vento que me chama, que me avisa de mansinho que em pouco tempo vai soprar!

No silencio

O silencio trouxe-me palavras que jamais ouvi, palavras que não esperava ouvir, não agora.... nem num futuro proximo.
O Vento que me apanhou de surpresa trouxe-me as mais doces melodias que um dia me queixei de não ouvir, mas trouxe este belo canto la de longe, onde a vista não alcança mas o coração não esquece e a alma perdura na memoria de um beijo!
Fico aqui, sonhadora e sozinha com o quente que o Vento me trouxe, esperando os dias passarem, esperando não ser esquecida, esperando não esquecer a memoria do abraço que me fez feliz naquele instante!

Almejo por outra noite feliz, na escuridão da noite e no segredo de duas almas.

Anjo Negro

Encarnei no meu Anjo Negro, aquele que me segue e se esconde em mim.
O meu Anjo Negro que um dia foi puro mas perdeu a sua inocencia, a sua pureza, despertou para um mundo onde a inocencia não tem espaço.
No papel do meu Anjo Negro, onde me protego com as asas cor de carvão, exalto a minha barreiro que me separa da maldade, pergunto-me se o meu anjo conseguira mudar de cor ou sera para sempre negro.
Se um dia o meu Anjo deixara de ver o mundo la de longe, sem a sua proteção, se um dia conseguirei baixar a redoma onde me escondi e enfrentar a multidão uniforme.

O meu Anjo que não passa de um Querubim de asas negras assustadas pelo vento, onde um vento mais forte soprou e lhe mostrou que voar nem sempre é bom, que ao cair doi mais que qualquer voo bem conseguido.
O meu Anjo assustado que é negro por causa do Vento,procura somente quem lhe tratara das asas magoadas que o Vento maltratou.
O meu Anjo que olha de alto para o Vento tentando fazer-lhe frente, pedindo para não o levar para muito longe, pedindo somente a algum Anjo maior que lhe de a mão, afinal é apenas um pequeno Anjo que tem mais medo que coragem.

Apenas um pequeno sorriso

Sem querer esbocei um sorriso que te tocou a alma, levantou o desejo e te trouxe ate mim.
Sem querer cai nos teus braços, deixei-me ir e encontrei um abrigo, um porto seguro de onde trouxe ternura e coragem para seguir por mais uns tempos com a minha alma desalenta que segue com o vento.
Queria que o vento me leva-se ate ti novamente, ou que o teu vento se cruza-se no meu.
Queria ter-te num abraço apertado, nem que seja por mais uma vez.

Carinho

Por momentos descobri o que me faltava, aquilo de que me privaram.... Ternura.
Ternura que encontrei quando menos acreditava que ela existisse sem malicia, Ternura essa que me foi dada por uma noite infinda no meu pensamento, Ternura que viverá em mim intensamente.
Fujo do carinho, dos bons sentimentos pois as dores que ja vivi causadas por eles, são maiores que os tempos de felicidade, no momento em que menos esperava um gesto revelou-se e fez de mim a menina mais inocente de sempre, a menina que se aninha com falta de mimo, a menina que so pede que o dia não passe, que o momento perdure.
Fui encontrar, o que menos esperava, o que pensava que podia viver sem, no local onde visito ao som do meu choro, da musica que me transporta para uns braços fortes que não me vão deixar partir....
.... no fim de tudo, encontrei um peito onde me aninhar, um braços que não me deixaram partir, mas uma ternura distante.

Efemeridade

Palavras leva-as o vento e com razão.
Palavras mil que me disseram, e das mil nenhuma retive, palavras vazias, ocas e sem sentimento.
De mais mil que me tenham dito poucas recordo, tentei não dar importancia a algumas que de alguma forma surgem-me quando menos me convem.... e outras tantas guardo com carinho como recordação de alguem.
Quantas mais mil palavras terei de ouvir ate as recordar por completo.....

Ao longo...

... da vida vamo-nos deparando com novas situações, ou mesmo semelhantes á alguma ja passadas.
Sem querer denoto as mudanças de reacção as mesmas coisas, como os problemas se vão amadurecendo com a idade.
Ainda me lembro quando o meu maior problema do dia era estar a chover e por essa razão, não poder ir brincar para a rua.
Hoje, já não queremos bem brincar na rua, nem a chuva se torna impedimento directo para o fazermos, quem me dera, que a chuva fosse o maior dos meus problemas.
Vou encarando dificuldades com as fases da vida, com o seu tempo natural.
De tudo isto a unica coisa que sei, é que com o tempo.... tudo passa.